domingo, 18 de janeiro de 2015

An Essay Concerning Human Understanding -- Locke

Eu me lembrava de ter visto na sessão Estante do site da ANPOF uma resenha feita pelo próprio tradutor, que na verdade usava o espaço para dizer que a editora lançara sua versão não revisada do Ensaio sobre o entendimento humano sem seu consentimento. Infelizmente, a sessão Estante está fora do ar. As imagens contudo ainda ficam aparecendo na chamada para o link quebrado, e lá está a capa da edição da Martins Fontes (cf. aqui, na parte de baixo do site). O tradutor creditado dessa edição é Pedro Paulo Pimenta. Como não consta no Lattes dele a tradução do Ensaio, então não deve reconhecê-la mesmo.

Há ainda esta tradução que saiu pela Calouste Gulbenkian em dois volumes e já está na 3ª edição. (A propósito, vale futucar no site as possibilidades de desconto na compra) Não coloco o nome do(s) tradutor(es) porque não está especificado aí -- não dá para saber quem é editor, revisor técnico ou tradutor. Se a Dona ABNT mandasse colocar tradutor nas referências, quem sabe eu não achava no Google... Mas não, ela só manda avisar quando você traduz uma citação. Ou seja, você precisa avisar pro leitor que a passagem daquele texto que na referência está em língua estrangeira quem traduziu não foi sua vó não, foi você. Mas quem traduziu uma obra, deixa pra lá.

Bom, edição da Martins Fontes tem oitocentas páginas; a da Calouste, dois gordos volumes. A mais popular por aqui, da Pensadores da Nova Cultural (não da Abril Cultural, mais velha, cuidada e honesta -- cf. ), vem em um único volume de trezentas páginas, com direito a vida e obra. É o tradutor Anoar Aiex, e não o editor, quem tem o cuidado de avisar ao leitor numa notinha discreta que a tradução foi feita com base numa versão abreviada. A abreviação consistiu pelo menos em cortar capítulos; não sei se cortaram parágrafos.

No mais, há esta edição digital gratuita pero no mucho da Saraiva. Quem é o tradutor, só deus sabe.

Trecho para cotejo:

A. Aiex, p. 37 (cap. I na abreviada): "O acordo universal não prova o inatismo. O argumento derivado do acordo universal comporta o seguinte inconveniente: se for verdadeiro que existem certas verdades devido ao acordo entre todos os homens, isto deixará de ser uma prova de que são inatas, se houver outro meio qualquer para mostrar como os homens chegam a uma concordância universal acerca das coisas merecedoras de sua anuência. Suponho que isso pode ser feito."

J. Locke, book I, chapter II, 3: "Universal consent proves nothing innate. -- This argument, drawn from universal consent, has this misfortune in it, that if it were true in matter of fact, that there were certain truths wherein all mankind agreed, it would not prove them innate, if there can be any other way shown, how men may come to that universal agreement in the things they do consent in; which I presume may be done."

Nenhum comentário:

Postar um comentário